CONDUZIDOS PELAS MÃOS DE DEUS
É humano acreditar que somos donos da nossa vida e da vida dos nossos filhos. Pensar assim talvez seja confortável, mas não traduz a realidade. Nossa vida não nos pertence, tampouco a dos nossos filhos.
Penso que é amor demais que nos leva a acreditar que estamos no controle, e isso nos faz sonhar e planejar para nossos filhos uma vida inteira de alegrias, conquistas e vitórias, mas por mais difícil que seja admitir, o sofrimento faz parte da nossa vida.
No momento em que essa preciosa vida cumpre seu tempo e parte, nosso chão é tirado. Precisamos urgentemente reaprender a viver. O que nos faz sofrer sem medidas é nosso olhar meramente humano, que demora a compreender que a vida não foi tirada, mas transformada numa vida eterna.
Compreendemos então que é preciso entregar esse “suposto” controle da vida, que pensávamos ter, nas mãos de Deus, como sinal de fé e confiança. Somente Ele pode nos socorrer quando já não conseguimos caminhar com nossas próprias forças.
Conforme vamos levando a Ele nossas feridas, as mudanças vão ocorrendo, a paz vai ressurgindo, e aos poucos nos abrimos para seu agir.
Nesse momento Deus nos convida a ver sua graça acontecer em meio a dor; a ver a ressurreição e a vida onde tudo parece ter terminado. Só a fé pode despertar em nós essa esperança. E a esperança nascida da fé nos amadurece, nos purifica e nos aproxima de Deus.
A cada encontro do Grupo vemos o agir de Deus quando renova nossas forças. Ainda que sejam pequenos os passos, podemos afirmar que não estamos paralisados no mesmo lugar. Pelas mãos de Deus temos sido conduzidos, e em meio a tantas perdas, evidencia-se ali, naquele momento, o amor, carinho e cuidado de Deus por cada um de nós.
Através desse abandono e confiança vivenciamos a misteriosa lógica do amor: quanto mais damos, mais recebemos; quanto mais consolamos, mais somos consolados; quanto mais amamos, mais somos amados.
O amor compartilhado por cada um que conhece a profundidade dessa dor permite que o consolo aconteça, de forma serena, suave, como é o “jeito” paterno e materno de Deus.
“Que eu seja dócil no cumprimento da vontade do Bom Deus, que eu não O desagrade com minha vontade própria, que eu me submeta aos Seus desígnios e siga firmemente a direção que o Senhor me apontar.” (Santa Teresinha do Menino Jesus).
Apesar da incrível dor da saudade cremos que ao final desta vida, Cristo nos espera e ao seu lado, nossos filhos e entes tão amados que nos precederam no céu. E como disse Santa Teresinha do Menino Jesus: “Eu não morro, entro na vida!”
Regina Araújo