Junho de 2011
“Deus, de fato, amou tanto o mundo..” (Jo 3,16a)
Junho é o mês da <Comunidade>. O tempo no qual a Igreja nos convida a entrar na profundidade do mistério da Trindade, no qual vibra um inexaurível movimento de amor, encontro, relação, comunhão e comunidade de vida. Deus não está longe, sobre o monte, mas <desce e se perde no esmagado do seu povo>, diminui o Seu passo sobre o rítmo do nosso para fazer de nós a Sua herança. Caminha ao nosso lado, coração a coração conosco, no pó dos nossos caminhos, abre horizontes de segura esperança, inflama o desejo trinitário que mora em nós: a vocação para a comunidade!
Nos momentos difíceis da vida, em particular quando a morte de um filho obscura os nossos dias, além da grande dor, vivemos um profundo estado de solidão. Nos sentimos isolados de tudo e de todos, lançados em um lugar gélido, distante, desconhecido, que não nos pertence, e onde ninguém parece entender-nos, ninguém parece poder nos ajudar.
Nunca como nestes momentos sentimos a necessidade do abraço de alguém que, tendo vivido a mesma dor, está em condições de compreender, de dividir, de fazer-nos sentir menos sós, de consolar-nos, de viver o que é a nossa solidão em uma comunidade de amor.
É uma necessidade insuprimível de diálogo, de conforto, de ser parte, de pôr em comum, que cada ser humano sente no profundo da sua alma, para viver e para crescer, mas diante da perda de um filho, somente pode dar verdadeira consolação a garantia de um abraço sem limites de um Pai que tanto amou o mundo a ponto de dar o seu próprio Filho.
Um amor grande, pleno, inimaginável, capaz de vencer para sempre a morte e doar a possibilidade de introduzir-nos a fazer parte da mesma intimidade divina, em uma comunidade de amor junto aos nossos filhos, já aqui e agora, que não terá jamais fim.
Cada vez que somos-sentimos-pomos em comunhão, no nome do Pai, Filho e Espírito Santo, realizamos a nossa mais alta vocação: ser fragmento da Comunhão Trinitária.
Refletindo e Rezando
Como vivo o meu relacionamento comunitário? Uso a Comunidade só para a minha consolação pessoal ou estou disposto a sair de mim, das minhas necessidades, da minha dor, do meu filho, para acolher as necessidades do irmão, a sua dor, seu filho? Presto o meu humilde serviço à Comunidade ou me sirvo dela? Peçamos a Maria nossa Mãe Consoladora para ajudar-nos a compreender o dom de ser parte de uma Comunidade, a imaginar e assemelhar a Comunidade Trinitária para poder viver já agora com os nossos filhos aquela comunhão de amor que não tem fim.
(Por Andreana Bassanetti, extraído e traduzido da página eletrônica http://www.figlincielo.it)