Reflexões de 2010

REFLEXÃO DO MÊS

Dezembro 2010


Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho” (Mt 1,23)

Dezembro é o mês da “espera”. O tempo no qual toda a Igreja se recolhe em oração e “espera” Jesus, o Senhor que salva. E o Senhor que salva “espera” um coração dócil e acolhedor para fazer-se Carne, Presença, o Emanuel, o Deus conosco, espera um “Eis-me aqui” humilde e decidido, como o da Virgem Maria, que saiba conceber e dar à luz o Filho, para todos nós também o filho. Este Natal, portanto, será para cada um uma espera verdadeiramente especial de conversão e de crescimento interior, de encontro pessoal e significativo com o Deus de toda consolação, que se inclinará sobre nós para morar no nosso coração e levar o Seu Reino de paz e de alegria. Quem sabe quantas vezes mesmo no Natal, tenhamos feito projetos e sonhos sobre o futuro dos nossos filhos: a escola, o trabalho, os afetos, uma condição melhor… Mas neste tempo de espera, mesmo ainda limitados como José, o carpinteiro, somos convidados a sonhar grande para o nosso filho, a alargar os confins dos nossos pequenos sonhos para horizontes bem maiores e emergir no mistério do Natal, no sonho sem limites do Evangelho, através da escuta obediente da Palavra: por obra do Espírito Santo do seio da Virgem Maria nascerá um menino que salvará o mundo com o seu amor, enxugará toda lágrima dos nossos olhos, “não existirá mais a morte, nem luto, nem lamento, nem dor, porque as coisas de antes passaram” (Ap 21,3-4). Também nós, na santa Noite, somos convidados a libertar-nos de toda dúvida ou medo, dos fardos inúteis que nos pesam o passo e a receber Maria conosco sem nenhum medo, para aprender com ela a abrir o nosso coração ao Senhor que salva, para acolher a graça do seu Espírito Santo e conceber e dar à luz o Filho, e os nossos filhos que estão n’Ele. Mesmo estando ainda nas sombras, então uma grande luz nos envolverá e se refitirá sobre o mundo. Será reavivada a nossa fé, esperança, caridade, teremos a Vida como Maria seremos torrão inocente, florido e perfumado canteiro no imenso pântano da humanidade” (Paulo VI).

Refletindo e rezando

Como estou vivendo a “espera” pela vinda do Senhor que salva da morte? Estou ainda fechado nos pequenos sonhos que tinha sobre meu filho aqui na terra ou estou aberto à misteriosa e alegre realidade que está agora vivendo no Céu? Peçamos a Maria, nossa Mãe Consoladora a ajudar-nos a preparar o nosso coração para pronunciar um alegre “Eis-me aqui!”. O imenso Dom do Filho e o dom do filho que vive n’Ele, virão para alegrar a nossa mesa de Natal.

(Por Andreana Bassanetti, extraído e traduzido da página eletrônica http://www.figlincielo.it)

REFLEXÃO DO MÊS

Novembro 2010

“Que alegria, quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!” (Sl 121)

Novembro é o mês da “realeza divina”. O tempo no qual toda a Igreja reunida se prostra diante do seu Senhor e o proclama seu Rei, rei do Universo, domacrocosmos exterior que está em torno a nós e rei do universo interior, domicrocosmos que habita em nós, no centro do nosso coração. É o triunfo do Amor que domina do madeiro ignominioso da Cruz, “escândalo para os judeus, loucura para os pagãos”, que transcende as nossas misérias, as nossas lógicas restritas, transfigura as nossas existências e nos indica o caminho principal para o Céu, para ir com alegria à casa do Senhor e viver para sempre com os nossos filhos que nos precederam. Quem sabe quantas vezes, nos momentos difíceis da provação, diante do mal, do sofrimento, da morte, imploramos a onipotência de Deus para que interviesse, para que nos deixasse nosso filho, e se manifestasse assim com sinais prodigiosos a sua realeza. Jesus no entanto nos explica que a verdadeira realeza passa pelo caminho da Cruz, o caminho do amor, do dom total de si, exatamente como fez Ele que amou os seus até o fim, até o cumprimento do amor, dando inteiramente a si mesmo, até à morte de Cruz. É esta realeza divina que ainda hoje nos vem do Crucifixo, um dom imenso, preciosíssimo que nos permite caminhar com alegria e segura esperança rumo à casa do Senhor onde poderemos reabraçar os nossos filhos, repercorrendo o mesmo caminho do amor incondicional, no qual a coroa real equivale à coroa de espinhos e o poder é somente o poder do nosso amor que se faz serviço ao irmão, até o dom total da nossa vida. Também nos momentos mais dolorosos e dilacerantes, sobretudo no escuro gélido da morte, Jesus nos aquece com o sopro do seu santo Espírito e nos escancara a porta da eternidade. Do alto da Cruz nos revela o esplendor da sua realeza: Ele venceu a morte com a força do seu amor, se o seguimos, se também nós amamos como Ele nos amou, já aqui e agora teremos a alegria de ouvir as suas doces palavras: “Hoje mesmo estarás comigo e com teu filho no paraíso”.

Refletindo e rezando

Jesus é verdadeiramente o Senhor da minha vida? Para mim viver é Cristo ou vivo para mim mesmo?  Estou convicto de que a verdadeira potência não está na força, na prepotência e na prevaricação, mas no amor incondicional, no dom de si e no serviço ao irmão? Peçamos a Maria nossa Mãe Consoladora para ajudar-nos a entregar a nossa vida ao nosso Rei, para crescer no seu amor, para reinar com Ele e por Ele, junto aos nossos filhos.

(Por Andreana Bassanetti, extraído e traduzido da página eletrônica http://www.figlincielo.it)

REFLEXÃO DO MÊS

Outubro 2010

“O meu auxílio vem do Senhor..” (Sl 120)

Outubro é o mês da “oração incessante”. O tempo em que a Palavra nos solicita a ter as mãos dos nossos corações levantadas para o Céu, incessantemente, incansavelmente, com toda a mente, com todas as forças, com todo o amor de que somos capazes, isto é sem hesitação, falha ou indiferença, com um passo firme para cruzar o limiar do coração do Pai e aproximar-nos assim do Reino de amor, extraordinário e misterioso, no qual habitam os nossos filhos e os nossos entes queridos que já deixaram este Mundo.

Quando morre um filho sempre somos tentados com os nossos “por quês”, a pôr em discussão a justiça de Deus e a perder a nossa confiança n’Ele: “por que os doentes idosos prolongam por anos, inutilmente, o seu sofrimento e no entanto um jovem no auge de sua vida, com tantos projetos ainda para realizar, morre de repente, sem uma razão? Por que uma jovem boa, honesta, prudente, é atacada mortalmente por um pirata da estrada sem escrúpulos? Por que Deus não intervém? Por que Deus salva os maus e elimina os bons, por que permite que a injustiça triunfe no Mundo?”

Se o nosso relacionamento com Ele é ligado exclusivamente ao cumprimento da nossa vontade, e a nossa oração é voltada somente sobre as nossas necessidades individuais, não poderemos jamais purificar o coração das nossa pequenas lógicas egocêntricas e descobrir o verdadeiro rosto de Deus, o seu coração de Pai que pulsa incessantemente pelos nossos filhos, por nós e por toda a humanidade.

A intervenção benévola de Deus é certa, Ele é fiel ao seu pacto e fará justiça prontamente, não sempre no modo e no tempo que nós estabelecemos, mas “quando o Filho do homem retornar, encontrará ainda fé sobre a Terra?”, e no nosso coração?

Somente se conseguimos compreender, sobretudo nos momentos escuros de prova, que é Ele o nosso verdadeiro socorro, a fonte de toda nossa consolação, a nossa felicidade eterna, poderemos abandonar-nos com total confiança à sua vontade e, com as mãos sempre levantadas, invocar a grande voz: “Vem Senhor Jesus, maranatha! Confio só em Ti, me entrego só a Ti!”

Refletindo e rezando

Sou consciente que todo o meu auxílio vem somente do Senhor? Reconheço o seu senhorio sobre a vida e sobre a morte? As mãos do meu coração estão incessantemente levantadas para o Céu ou estão voltadas para a Terra? A minha oração tende a cumprir a minha vontade ou confio totalmente na vontade de Deus? Peçamos a Maria, nossa Mãe Consoladora para ajudar-nos a converter o nosso coração para que não seja mais a morte a reinar sobre nós, mas somente o Deus da Vida.

Por Andreana Bassanetti (fundadora da Associação “Figli in Cielo”, extraído do site: http://www.figlincielo.it)

REFLEXÃO DO MÊS

Setembro 2010

“Deus amou tanto o mundo…” (Jo 3,16)

Setembro é o mês do amor maior. O tempo no qual a Igreja nos convida a parar aos pés da Santa Cruz para que aprendamos a elevá-la acima das nossas misérias e dos nossos fracassos, dos vários sofrimentos e mesmo da morte, e a saborear o grande mistério de amor que emana, sem medida, pleno, nascente de vida eterna para quem quer que queira matar a sede na sua fonte e descobrir assim sua beleza, exaltá-la, glorificá-la, bendizê-la.

Quando nos encontramos na provação, no “face-a-face” com a imensa dor pela perda de um filho, torna-se espontâneo ver a cruz no seu aspecto mais duro e dilacerante e sentir-se próximo ao tormento de Jesus e de sua Mãe. Às vezes porém se tende a permanecer tão obstinadamente ligados ao luto, a reviver tão obsessivamente os momentos mais dolorosos vividos com o filho e a torturar-se em mil inúteis sentimentos de culpa, que não se consegue aceitar nem mesmo qualquer momento de serenidade e de alegria com os outros filhos que restaram ou com o marido ou esposa.

O mistério da Exaltação da Cruz nos revela, porém, que não somos nós a levar a cruz, mas é a cruz quem nos leva, porque a cruz não esmaga mas eleva, se nós nos deixamos elevar, se levantamos os nossos olhos acima dos nossos limites, de tudo que vemos ou pensamos, e pomos a nossa total confiança em Jesus glorioso, que está à direita do Pai.

A cruz transforma-se então para nós, mesmo através da perda de um filho, motivo de vantagem, não de pranto, instrumento de vida, não de morte, um abraço de amor que une indissoluvelmente céu e terra, o dom supremo da vida de Deus para a nossa salvação.

“Deus amou tanto o mundo…” (Jo 3, 16) Um Pai que não polpa o único Filho, não o tem para sí como teria feito qualquer outro pai, mas o dá, o oferece, o doa ainda hoje pondo-o nas nossas mãos para que também nós possamos participar da sua divindade, da vida verdadeira que nos permite reencontrarmos com nosso filho para sempre.

É o amor maior, mais forte, mais puro que jamais tenha sido expresso na história do homem, que envolve cada cruz, cada morte, nada se subtrai ao seu calor. Quanto nos amou, quanto nos ama!

Refletindo e rezando

Consigo viver o meu doloroso trabalho através da sabedoria que brota da Cruz? Sou consciente da amorosa e gloriosa presença do Pai unido estreitamente à paixão-morte-ressurreição do Filho, impaciente de unir-se a mim, enxugar as minhas lágrimas e doar-me a mesma alegria que agora vive meu filho? Peçamos a Maria nossa Mãe Consoladora para ajudar-nos a conhecer o amor do Pai e viver a nossa cruz com gratidão.

Por Andreana Bassanetti (fundadora da Associação “Figli in Cielo”, extraído do site: http://www.figlincielo.it)

REFLEXÃO DO MÊS

Agosto 2010

“Maria se dirigiu apressadamente para a região montanhosa…” (Lc 1,39)

Agosto é o mês do abraço. O Tempo no qual a Igreja nos convida a contemplar a solenidade da Assunção de Maria na glória de Deus e viver com ela, através dela, já aqui e agora, o mistério daquele eterno abraço que une terra e Céu em uma comunhão de amor sem fim, capaz de superar toda barreira, mesmo a separação atroz da morte, e de reunificá-la ao Filho, em corpo e alma.

“Virgem, anel de ouro do tempo e do eterno, tu levas a nossa carne ao Paraíso e Deus na nossa carne” (D. M. Turoldo)

Maria se torna assim para todos nós, exemplo, modelo, referência, luz, irmã, companheira de viagem, “sinal de consolação e de segura esperança” (Lg 64), nossa dulcíssima Mãe Consoladora, limiar totalmente aberto à comunhão de amor com os nossos entes queridos.

Portanto, mesmo na nossa humanidade ferida, caída, que infelizmente bem conhece a traição e o pecado, nós, como criaturas, podemos ter a segura esperança de poder atravessar como ela as portas do Céu e reabraçar, em corpo e alma, o nosso querido filho que alí nos espera. Um sonho belíssimo que pode se tornar realidade desde agora, toda vez que aceitamos de colocarmo-nos em viagem com ela, “abraçados” a ela, e nos deixamos conduzir para a região montanhosa, o lugar transfigurante do encontro com Deus e com todos aqueles que habitam n’Ele.

Em vez de peregrinar às cegas ou retroceder em si mesmo na confusão pela dor por causa da perda do filho, Maria, Estrela da Esperança, nos convida a levantarmo-nos, a ressurgir para uma vida nova, totalmente “abraçados” a Deus, à sua Palavra, e a subir com ela sobre o Monte santo. Em cada santa Missa, no seu mistério infinito, podemos encontrar um pedaço do Céu sobre a Terra, uma fenda de eternidade que nos permite subir “rumo à montanha”, viver alegremente a comunhão de amor com Jesus e com todos aqueles que agora vivem n’Ele. Cada celebração eucarística se tornará o nosso magnificat, canto, agradecimento, louvor, comunhão, um forte desejo a levar apressadamente, também aos irmãos, o abraço de amor recebido.

Refletindo e rezando

Neste mês irradiado pela luminosa presença da Assunção de Maria os meus olhos estão voltados para as coisas do Céu ou para as coisas da Terra? Participo com meu filho, com os anjos e santos na festa do Céu? “Deus onipotente e eterno que elevastes à glória do Céu, em corpo e alma, a Imaculada Virgem Maria, Mãe de Cristo teu Filho, faz que vivamos neste mundo constantemente voltados aos bens eternos para participar também da mesma glória.”

Por Andreana Bassanetti (fundadora da Associação “Figli in Cielo”, extraído do site: http://www.figlincielo.it)

REFLEXÃO DO MÊS

Julho 2010

“Vinde num lugar à parte..” (Mc 6,31)

“.. escolheu a melhor parte.” (Lc 10,42)

Julho é o mês do estupor. O tempo no qual a Palavra nos toma pela mão e nos conduz com extrema doçura e discrição a Jerusalém, com Jesus, para aprender com Ele a arte da proximidade e da amizade, da escuta amorosa, para aprender a escolher “a melhor parte”, que não será tirada, e só n’Ele, receber e dar consolação. Depois da morte de um filho ou de uma pessoa querida, depois dos primeiros momentos de desespero e confusão, é fácil deixar-se levar pela frenesia de fazer alguma coisa, talvez em sua memória pensando de “fazer-para-ele/ela”, mas na realidade, frequentemente, é somente um “fazer-para-nós” que, claro, ajuda a distrair da dura realidade na qual se vive, mas nem sempre é fruto de uma escuta amorosa e confiante da Palavra de Deus, do Seu projeto, que agora é também o projeto de quem está junto d’Ele, no Seu abraço eterno. Não é necessário que sejamos “nós” a preocupar-nos e agitar-nos tanto pelo que devemos fazer, será “Ele” a estupir-nos por aquilo que Ele já fez e está fazendo pelos nossos entes queridos e por nós. De fato “uma só coisa é necessária” diz o Senhor: estar ao lado d’Ele que é o nosso bem maior, permanecer no Seu amor, em comunhão com os nossos entes queridos, e deixar-nos estupir pelas maravilhas do Seu Mistério. Deixar-nos seduzir pela Sua presença, pelas Suas palavras, pelos Seus silêncios, pelos Seus gestos, pela Suas atenções, pelo Seu olhar transfigurante. Então também os nossos olhos, purificados, poderão descobrir com estupor e maravilha que a morte, fim de todas as esperanças, de todas as relações, negação da própria vida, ao contrário, é fonte de vida nova, de ressurreição, de alegria plena. Ele mesmo nos sugerirá o que podemos fazer. Então, a acolhida que reservaremos a Jesus, na casa do nosso coração, e também ao irmão que viveu a mesma experiência dolorosa e pede conforto, não será tanto baseada sobre um simples servir (diaconia), mas transformar-se-á na imagem do Servo de Javé para alcançar a estatura espiritual à qual somos chamados e estabelecer o justo relacionamento entre ação e contemplação, entre vida material e espiritual, para desenvolver verdadeiramente o serviço de evangelização: levar a Sua palavra de vida e de ressurreição, de conforto e de consolação, aos vacilantes e desorientados de coração.

Refletindo e rezando
Como vivo o meu dia-a-dia? Sou todo ocupado de mim mesmo, dos meus compromissos e dos meus projetos ou deixo espaço no meu coração para acolher Jesus e me deixo seduzir pela Sua beleza? Me preocupo e me agito por muitas coisas inúteis ou consigo dar prioridade às coisas de Deus? Peçamos a Maria, nossa Mãe Consoladora para ajudar-nos a escolher a “parte melhor”para desenvolver todo o nosso compromisso na presença do Seu Filho, segundo a Sua Palavra.

“FILHOS NO CÉU” Escola de Fé e de Oração Via Puccini 27 – 43100 Parma Tel/Fax (+39) 0521.489.425 E-mail: figlincielo@figlincielo.ithttp://www.figlincielo.it

REFLEXÃO DO MÊS

Junho 2010

“.. vós quem dizeis que eu seja?” (Lc 9,20)

Junho é o mês da compreenssão. O tempo no qual o Senhor nos convida a refletir sobre sua verdadeira identidade, sua efetiva identidade, diante de tantas imagens que fazemos d’Ele, para poder compreender o seu verdadeiro rosto e confirmar os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, os projetos da nossa vida, à sua vontade, a única capaz de salvar-nos e de conduzir-nos verdadeiramente a re-abraçar os nossos filhos que estão junto d’Ele. O homem sozinho, de fato, com a sua vontade, porquanto bonita e boa, não pode salvar-se. A vontade “faça você mesmo” tão em moda hoje, depois da perda de um filho, mesmo se animada por boas intenções, não é suficiente. A salvação é um dom de Deus, não uma conquista nossa e nem mesmo a realização dos nossos projetos. Só Ele fixou os tempos e os modos de intervenção na nossa história pessoal, através de um único mediador, Jesus Cristo, “que deu a si mesmo em resgate por todos” (1Tm 2,5) e que pede como primeira condição para ser seus discípulos “negar-se a si mesmo”. Antes ainda de tomar a própria cruz, antes ainda de aceitar o evento mais doloroso da nossa vida: a morte de nosso filho, Jesus Mestre nos indica o caminho da renúncia de si, a expressão alta do amor, exatamente como fez Ele, servo obediente até a morte. Se alguém quer segui-lo não deve limitar-se a conduzir uma vida genericamente boa e honesta, nem mesmo uma vida que sofreu, em todo caso, mesmo se por uma grande dor, fruto de um conhecimento superficial, “por ouvir dizer”, mas uma vida que se deixou “prender” por Ele, que “compreendeu”, dentro de si, o segredo do seu amor: a cruz. Portanto a minha fé não deverá ser feita de fórmulas e definições, mas vivida n’Ele, por Ele e com Ele, esquecendo-me de mim mesmo, pondo os meus passos sobre os seus, renovando em mim os seus desejos, as suas escolhas, o seu amor, até poder responder à sua pergunta: “Tu és o Cristo da minha vida, o Filho do Deus vivente, e também eu, em Ti, me transformo se por amor, renuncio a mim mesmo, ao meu querer, aos meus interesses, “compreendo” a minha cruz e te sigo”.

Refletindo e rezando

Quem é Jesus para mim? O Deus dos milagres ou o servo fiel e obediente até à morte de cruz? Que lugar ocupa na minha vida? Depois da morte de meu filho ou de uma pessoa querida procuro a Sua vontade através do itinerário que traçou para a comunidade “Filhos no céu” ou procuro fazer “o bem” segundo a minha vontade ou pior, segundo a conveniência? Peçamos a Maria, Mãe Consoladora, a ajudar-nos a compreender o mistério de Cristo Jesus.

Andreana Bassanetti (fundadora do grupo “Figli in Cielo”)

REFLEXÃO DO MÊS

Maio 2010

… recebereis a força do Espírito Santo..” (At 1,8)

Maio é o mês da nova Presença. O tempo no qual a Palavra nos ajuda a penetrar no grande mistério da subida de Jesus ao Céu e aprender, com a ajuda do Espírito Santo, a vivê-lo na nossa experiência pessoal, abrir os olhos do coração às “coisas do alto” e contemplar a imensa beleza paradisíaca que os nossos filhos já estão saboreando, mas ainda mais, a realizar já aqui e agora a nossa vocação: ser testemunhas credíveis daquela eterna relação de amor, sem limites, que une terra e céu em um único abraço.

A humanidade de Jesus, precisamente porque vivida como dom total de si, entra triunfante na beleza e esplendor da vida de Deus e cria uma comunhão de amor entre o aqui e o que vem depois, uma ponte bendizente, estável e segura, que une indissoluvelmente todos aqueles que quiserem seguí-lo: a comunhão dos santos.

Mães, pais de filhos que subiram prematuramente ao Pai parecem repetir também hoje para nós os dois homens de vestes brancas. “Por que estais a olhar para o céu com os vossos olhos limitados? Não podeis senão ver o rosto da sua ausência e sentir a dilaceração da separação insuportável. Mas não sabeis que Jesus venceu a morte com o amor, vos precedeu na glória e junto aos vossos filhos vos espera, na sua própria bem-aventurança eterna?”

Embora tenha subido ao Céu Jesus não está ausente, mas se tornou uma nova Presença, real, concreta, mais íntimo a nós do que o sejamos para nós mesmos. Se antes era visível para poucos, agora invisível, mediante o seu Santo Espírito pode ser para todos, estar com todos, estar em todos. Eis o motivo da grande alegria dos discípulos e eis o motivo da alegria dos nossos filhos n’Ele.

Também os nossos filhos, de fato, não estão ausentes, mas mais presentes do que nunca, mais próximos e mais íntimos do que antes, agora estão sempre ao nosso lado, com uma luz e uma capacidade de amar melhor, mais elevada e envolvente, agora entraram em um relacionamento constante, definitivo com Deus e nos estão indicando o caminho a percorrer. Durante a santa viagem, receberemos a força do Espírito Santo e junto deles, com alegria, seremos o “um para o outro”, o “um com o outro”, o “um no outro”.

Refletindo e Rezando

Sou uma morada acolhedora para o Espírito de Deus, testemunha do seu amor aos irmãos que têm um filho no Céu ou uma casa vazia e apagada que se deixa habitar somente do espírito de conveniência? Meu filho, hoje, está ausente ou presente ao meu lado? Vivo com alegria a missão que me foi confiada? Peçamos ajuda a Maria, nossa Mãe Consoladora para compreender a qual destino de glória Deus nos chamou e para transformar-nos em verdadeiras testemunhas do amor.

Fonte:

“Filhos no Céu”

Escola de Fé e de Oração

Via Puccini 27 – 43100 Parma Tel/Fax (+39) 0521.489.425

E-mail: figlincielo@figlincielo.ithttp://www.figlincielo.it

(Tradução: Padre Rogério Augusto das Neves)

REFLEXÃO DO MÊS

Abril 2010

..eles não perceberam que era Jesus.” (Jo 21,4b )

Abril é o mês do reconhecimento. O tempo no qual o caminho litúrgico nos convida a viver o grande mistério da Ressurreição não só exteriormente, “por ouvir dizer”, mas interiormente, no profundo da nossa vida interior e da nossa experiência pessoal, sem desculpas ou reservas, sem aqueles obstáculos que nos podem impedir de reconhecer Jesus Ressuscitado ao nosso lado, e com Ele partilhar a alegria que agora vivem os nossos filhos n’Ele. Quando nos encontramos diante da perda de um filho ou de uma pessoa querida e constatamos que os projetos nos quais tínhamos tanto esperado faliram, quando vemos que os tantos esforços não serviram para nada e nos encontramos de mãos vazias, exatamente como os discípulos diante da pesca frustrada, também nós temos dificuldade de ver o Ressuscitado ao nosso lado. Também para nós é difícil reconhecer a presença amorosa de Jesus Ressuscitado, pertinho de nós, em nós, desejoso de presentear-nos com uma estupenda pesca milagrosa. Frequentemente, no entanto, depois daquele trágico evento, cansados e desiludidos, incrédulos e resignados, tendemos a voltar às coisas de antes convencidos de que na nossa vida não poderá mais acontecer nada de novo e de gratificante. Mas Jesus na Sua imensa bondade não nos abandona à nossa noite escura e nos explica que se prestrarmos ouvido à sua Palavra de salvação e de ressurreição, se estamos prontos a um amor e uma fé incondicional, não poluída pela nossa lógica humana, se estamos prontos a fazer a Sua vontade, que hoje é também a vontade dos nossos filhos que estão n’Ele, às primeiras luzes de uma nova manhã, também nós ressuscitados, o reconheceremos e com infinito reconhecimento, junto aos nossos filhos no Céu, do profundo do coração exclamaremos: “É o Senhor!”. Além disso, se soubermos pôr em ato as suas palavras, se soubermos voltar-nos sem hesitação para o lado que nos indicou, isto é se soubermos oferecer a nossa vida para a grande missão que nos confiou: o ministério da consolação, seguramente também nós, como seus discípulos, constataremos que as nossas lágrimas não foram em vão mas frutuosas, além da alegria de viver ressuscitados em comunhão com os nossos filhos, poderemos contemplar a abundância da santa colheita.

Refletindo e Rezando

Como vivo a minha ressurreição? Também na noite da minha dor, consigo reconhecer Jesus Ressuscitado ao meu lado? Deixo-me guiar para a vida nova que vem da Palavra ou tendo a voltar para a vida de antes? Estou disposto a gastar a minha vida, as minhas forças, o meu tempo para levar a Ele os irmãos e as irmãs que tiveram a mesma experiência dolorosa que eu? Maria Mãe Consoladora possa ajudar-nos a aproximarmo-nos do Pai e cumprir a sua vontade.

Fonte: ”Filhos no Céu” – Escola de Fé e de Oração – Tradução: Padre Rogério Augusto Via Puccini 27 – 43100 Parma Tel/Fax (+39) 0521.489.425

E-mail: figlincielo@figlincielo.ithttp://www.figlincielo.it

REFLEXÃO DO MÊS

Março 2010

“Quem semeia entre lágrimas colherá com alegria” (Sal 125)

Março é o mês da semeadura. O tempo no qual a Liturgia nos acompanha por um itinerário quaresmal sempre mais intenso e precioso, que põe Cristo no centro do nosso coração, e é capaz de despertar a nossa consciência sobre a nossa realidade interior, pessoal e comunitária, para fazer germinar aquela semente de eternidade que mora dentro de nós.

“Eis que estou fazendo coisas novas, estão surgindo agora e vós não percebeis?”(Is43,19) diz o Senhor a Isaías e o repete continuamente também a cada um de nós, exatamente no momento mais sombrio e doloroso da nossa vida. Mas porquanto obscuro e sem saída seja o nosso presente, Ele milagrosamente consegue transformá-lo sem cessar em lugar de renascimento, em lugar de sua passagem, portanto também lugar da sua esplêndida presença salvífica que faz novas todas as coisas.

Mesmo quando no curso da nossa vida vemos só destruição e morte, mesmo quando os nossos afetos mais caros foram violentamente dilascerados e todos os caminhos parecem fechados, não devemos temer porque, se nós permitirmos, Ele abrirá uma estrada nova no nosso deserto interior onde fará nascer uma semente nova, uma vida nova, divina, a mesma que agora vivem os nossos filhos que estão no Céu.

Este é portanto o tempo de semear, o momento oportuno para preparar o terreno: para romper os tantos terrões interiores que a dor petrificou, para libertar-nos dos muitos sentimentos de culpa que aprisionam e sufocam as sementes de vida nova que acabaram de nascer e impedem o seu crescimento, para abrir o coração à Fonte de toda consolação.

Se soubermos semear a sua Palavra de salvação em terreno fértil, também nós começaremos a ver as coisas com os Seus olhos, segundo as Suas promessas, segundo os Seus projetos. Em cada momento do dia sentiremos a Sua mão abençoando sobre nós que cuidará das nossas feridas, trará conforto e consolo. Mudará o nosso luto em dança, então também a nossa boca se abrirá ao sorriso e a nossa língua poderá desfazer-se em cantos de grande alegria.

Refletindo e rezando

Neste tempo de semear e de particular proximidade a Jesus e aos nossos filhos que estão N’ele sou disponível à mudança interior? Semeio as minhas lágrimas na Sua paixão e morte para também poder viver com Ele a minha ressurreição? Peçamos a Maria, nossa Mãe Consoladora, para acompanhar-nos durante o nosso calvário e, como ela e com ela, estar “firmes” aos pés da nossa cruz, para renascer para a vida nova e, junto aos nossos filhos, viver ressuscitados.

Fonte: ”Filhos no Céu” – Escola de Fé e de Oração – Tradução: Padre Rogério Augusto Via Puccini 27 – 43100 Parma Tel/Fax (+39) 0521.489.425

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REFLEXÃO DO MÊS

Fevereiro 2010


Meu refúgio e minha fortaleza, meu Deus em quem confio..” (Sal 90)

Fevereiro é o mês da confiança. O tempo no qual a Igreja nos convida a entrar em nós mesmos, no silêncio interior, a tomar contato, isto é, com as fontes mais profundas do nosso ser e do nosso crer, para aprender a confiar totalmente em Deus, principalmente nos momentos de maior tentação e fraqueza, e n’Ele encontrar a força para vencer o mal que está dentro de nós, fora de nós, em particular o mal maior que é a morte.

O ser filhos de Deus, ter fé n’Ele, pedir proteção para si e para a própria família é boa coisa, mas são condições que não subtraem à provação, ao contrário, nos põem constantemente diante de um caminho de avaliação interior, de autenticidade e de verdade: estou ainda fechado no meu eu ou estou em Deus, quero que se realize a minha ou a Sua vontade, me conformo às esperanças do povo (do mundo) ou confio na palavra de Deus?

Às vezes sem nem mesmo notar, mesmo para uma boa finalidade, temos desconfiança de Deus e na Sua Palavra e acabamos por fazer escolhas contrárias às Suas. Impomos o que na nossa opinião é melhor, os nossos interesses, os nossos projetos não os Seus. Verdadeiramente queremos dobrar a Sua onipotência à nossa vontade, preferindo itinerários consoladores mais fáceis e promissores.

Mas diante da grande prova da morte de um filho, também nós como Jesus, somos submetidos às mesmas tentações, aos mesmos questionamentos e portanto somos também convidados a responder como fez Ele, para ser a sua imagem, exatamente como o nosso Mestre nos ensina: obediência, confiança no Pai, oferta total de si até à Cruz.

Ele de fato consegue superar também as provas mais duras, as tentações mais difíceis, na oração e na vigilância e no mais completo e confiante abandono nas mãos do Pai.

Este é, portanto, o tempo da peregrinação interior “na qual Ele mesmo”, escreve Bento XVI, “nos acompanha através do deserto da nossa pobreza, sustentando-nos no caminho até a glória intensa da Páscoa”. Também no “vale escuro” da morte, diante da perda do filho, de uma pessoa querida, se nos confiamos a Ele “Deus nos guarda e nos sustenta”.

Refletindo e rezando

Neste tempo privilegiado de avaliação e de conversão, procuro a verdade e a autenticidade do meu coração? Diante das provações, sobretudo diante da morte de meu filho cedo às tentações de escutar palavras de falsos profetas ou me confio somente à Palavra? Peçamos a Maria, nossa Mãe Consoladora, para  ajudar-nos a percorrer o tempo quaresmal na confiança total ao Pai para poder gozar junto aos nossos filhos a alegria da Páscoa.

Fonte: ”Filhos no Céu” – Escola de Fé e de Oração – Tradução: Padre Rogério Augusto

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REFLEXÃO DO MÊS

Janeiro 2010

“E sua mãe disse aos servos: “Fazei o que ele vos disser.” (Jo 2,5)

Janeiro é o mês do anúncio. O tempo no qual Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, que brilha no início do novo ano como “sinal de segura esperança e de consolação” vem a nós para anunciar o caminho da salvação, o caminho que nos permitirá viver junto aos nossos filhos no céu, na alegria eterna.

De fato, é ela que com cuidado materno nos indica o caminho para um novo ano rico de graça e de consolação: escutai e meditai a Palavra que meu Filho pronunciará para cada um de vós para que possais realizá-la em vós, do mesmo modo que aconteceu a mim.

Em vez disso, frequentemente diante da morte de uma pessoa querida, sobretudo de um filho, é muito difícil escutar aquilo que o Senhor quer nos dizer para que brote logo no coração, espontaneamente, uma pergunta que tem na verdade a intenção de uma repreensão e nega assim toda possibilidade de escuta: mas que coisa Deus quer de mim? Por que me fez isto?

Maria em vez disso nos ajuda a retomar o justo caminho interior, a fazer a santa viagem. De fato o que recomenda aos servos, nas bodas de Caná, hoje o sussurra a cada um de nós, a quem, como ela, quer pôr-se ao serviço do Senhor e quer tornar-se anunciador credível da boa notícia que seu Filho veio dar-nos: a morte foi vencida pelo Amor! Quem crê em mim terá a vida eterna!

Se aprendemos dela a escutá-lo, a água da nossa humanidade limitada e finita tornar-se-á o vinho da sua divindade. Os nossos dias obscurecidos pela sombra da morte que procuram desesperadamente, duramente, sobreviver a um evento assim dramático, injusto e intolerável, se transformarão em vida nova. Isto é, uma luz e uma plenitude interior nova, nunca antes conhecida, começará a clarear o nosso cotidiano, aliás, o Espírito do Senhor, sobre nós, nos fará saborear, um pouco do alegre Céu que agora vivem os nossos filhos. Com eles nos tornaremos anunciadores do Reino: luz, esperança, consolação para o irmão.

Refletindo e rezando

No profundo do meu coração consigo fazer calar o meu eu, o meu modo de pensar e ver as coisas para escutar o que Jesus me quer dizer? Consigo fazer o que Ele me pede? Sou consciente de que o encontro com meu filho acontece através do encontro com Jesus Ressuscitado? Peçamos a Maria nossa Mãe Consoladora para ajudar-nos a escutar o que Deus quer de nós e a levar o anúncio de ressurreição aos irmãos que ainda estão envolvidos pelas sombras da morte.

Fonte: ”Filhos no Céu” – Escola de Fé e de Oração – Tradução: Padre Rogério Augusto

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