A dor de perder um filho é para sempre

A partida de um(a) filho(a) implica num tipo muito particular de luto. Essa nova e cruel realidade exige dos pais e irmãos profundas mudanças no dia a dia, e algumas adaptações tanto sob os aspectos individuais como em relação à família como um todo, e também na sociedade.

Quando perdemos um(a) filho(a) temos a sensação de que ficamos sem chão, sem condições de planejar o futuro, sem sonhos e projetos. Sentimo-nos sem rumo, invadidos por sentimentos contraditórios e diversos.

O luto, por ser um processo, passa por várias etapas, com reações diversas. As reações ligadas a essa dor dependem muito de como vivemos nossa fé. A fé faz toda a diferença nesse processo. Só ela nos dá condições para recomeçar, para encontrar na vida um novo sentido.

Sem fé geralmente o desespero, a angústia e a dor predominam, e esses sentimentos negativos distorcem a visão da vida. Sobressai tudo o que gera dor e a vida passa a não ter mais sentido.

O fato é que a saudade será para sempre, porque um vínculo com um filho é único e não se acaba. O amor não tem fim, ele transcende nossa condição humana. O amor ultrapassa os limites dessa vida para viver na eternidade.

Não é possível sentir saudade e não sofrer. Não é possível retomar as coisas do dia a dia e não chorar. O que acontece é que aos poucos vamos reaprendendo a viver.  Com muita fé, paciência, esperança e confiança vamos seguindo em frente.

A compreensão de finitude da vida e eternidade da alma, gera uma esperança e uma convicção de que vale a pena seguir em frente, pois ao final, quando a missão terminar, é com Ele e com os nossos filhos e entes queridos que iremos nos encontrar.

Não existem respostas prontas, mas a fidelidade a Deus, enraizada em uma esperança eterna, nos permite seguir em frente, mesmo em meio a noite mais escura da nossa vida.

É nessa hora que somos convidados a olhar para a dor de frente, transformando-a em fé, esperança e missão. Não é tarefa fácil, e geralmente não se consegue sozinho. É preciso contar com a graça de Deus, com o amor da família e dos amigos.

Que Deus, pela intercessão de Maria, Mãe Consoladora, e dos nossos amados filhos, nos ajude a seguir em frente, permitindo sempre que o amor eternizado seja mais forte que a dor que teima enfraquecer nossa caminhada.

 

Grupo de Reflexão “Filhos no Céu”