Renatinha, oito anos de uma “ausência presente”

Uma “ausência presente” parece um paradoxo. Já dizia Lacan, um psicanalista francês,  que a ausência só acontece se ali, antes, houve uma presença. Uma presença positiva que nos transformou, nos ensinou, nos aproximou de Deus.

Embora nosso olhar se limite no “humano”, pela graça de Deus podemos sentir uma presença especial que acalenta o coração, que não nos abandona, nos enche de esperança e nos ajuda a entender um pouco mais o “para que” viver, ao invés de nos deixar imobilizados diante do “por que aconteceu”.

O “para que” nos faz suportar as condições mais difíceis. Nos ajuda a sempre dar um jeito de ir em frente, carregando a “ausência presença” que é memória, saudade, lembrança de tudo o que deu sentido à vida.

Para não sofrermos de saudade é preciso esquecer, apagar as lembranças, apagar a própria história escrita com sorrisos e lágrimas, alegrias e tristezas, com um amor que venceu e ultrapassou os limites da vida. Um amor que se eternizou nos braços de Deus.

Mas a graça de Deus  nos permite a todo instante sentir essa presença em nosso coração. Do nascer ao pôr do sol caminha conosco, intercede por nós junto a Jesus. É uma “ausência presença” que faz latejar o coração, que grita forte a esperança e não nos deixa sucumbir.

Há oito anos a Renatinha foi morar no Céu. Não tenho dúvidas que ela encontrou a verdadeira felicidade nos braços do Pai. Não tenho qualquer dúvida de que ela contempla a face de Cristo. Ela, e os filhos que já se encontram em Deus, já conhecem a felicidade reservada aos Santos, aos escolhidos, aos amados de Deus.

A cada dia nos é reservada uma porção de aprendizado. Se abrirmos nosso coração para o amor e o agir de Deus, Ele nos consolará e nos ajudará a percorrer nosso caminho até o dia do reencontro no céu.

A saudade é imensa, mas o amor é ainda maior.

Hoje a “ausência presença” está mais forte, mais viva, mais intensa.

“Só se tem saudade de quem se ama: RENATINHA, OITO ANOS DE VIDA NO CÉU!”