Reflexão do mês

Junho de 2016

 “… estava rezando num lugar retirado…”    (Lc 9,18)

 Junho é o mês da busco do “Lugar Solitário”. O tempo no qual Jesus nos ensina a preparar o coração nos momentos cruciais da nossa vida para não perder a estrada mestra, para ter clara a direção a seguir, para receber luz, força, conselho e caminhar direto até a meta a alcançar para realizar a nossa missão.

Também nós, portanto, exatamente como fez Ele, somos convidados a estar num lugar à parte, em um “lugar solitário para rezar”, para intensificar o relacionamento de intimidade com Deus Pai, fonte de todo bem. Silêncio, solicitude, escuta interior são o ventre ideal e fecundo para entrar em nós mesmos, no profundo do nosso coração.

É o lugar que nos permite conhecer melhor a nossa identidade e a dos outros, os passos a serem dados para orientar e unificar a nossa vontade com a vontade do Pai. Para uma escolha importante, como fez Jesus antes de escolher os Doze, nos momentos de maior sofrimento e angústia interior, como viveu Ele no Horto das Oliveiras, diante da maior dor, a perda de um filho ou de uma pessoa querida, somos convidados a estar em oração, num lugar solitário, para sintonizar-nos com o passo divino, que transforma o evento e nos transforma, para ver com olhos novos e ter luz sobre a estrada a percorrer.

Graças à sua Palavra, e sobretudo ao exemplo da sua vida, o momento mais doloroso torna-se o momento mais precioso. N’Ele reencontramos o filho que pensávamos perdido, a dor se transforma, se transfigura, torna-se ocasião oportuna, início de uma vida nova, verdadeira, plena, gloriosa, sem fim, com os nossos entes queridos que estão no Céu. O que provocou tanta dor, milagrosamente, torna-se ajuda, alívio, consolação para os outros, um meio para melhorar qualitativamente a nossa vida. “Se alguém quer vir após mim, renegue a si mesmo, tome sua cruz e me siga”, somente assim se pode “amar o próximo” com o mesmo coração de Deus. Em silêncio, na solidão, num lugar à parte também nós poderemos conhecer o Deus conosco. O Céu torna-se tangível, como manto luminoso e alegre que nos envolve.

Rezemos: Estou consciente de que o caminho que me fará verdadeiramente encontrar Deus e os meus entes queridos que estão n’Ele está dentro e não fora de mim? Nos momentos de confusão e de dor me afasto de Deus ou procuro um lugar solitário que me permita intensificar o relacionamento com Ele? Estou consciente de que, aproximando-me da verdade de Deus, me aproximo também da verdade na qual vive meu filho ou ente querido que hoje está n’Ele?

Peçamos a Maria, nossa Mãe consoladora para educar-nos para a verdadeira oração.

Andreana Bassanetti –  “figli in cielo”