Reflexão do mês – Novembro de 2016

 

“Vamos à casa do Senhor!”    (Sal 121)

 Novembro é o mês do “Amor Real”. O tempo no qual toda a Igreja reunida se prostra diante do seu Senhor e o proclama seu Rei, rei do universo, do macrocosmo exterior que está em torno de nós e rei do universo, do microcosmo que habita em nós, no centro do nosso coração.

É o triunfo do Amor Real que reina do madeiro ignominioso da Cruz, “escândalo para os judeus, loucura para os pagãos”, que transcende as nossas misérias, as nossas lógicas restritas, transfigura as nossas existências e nos indica a via mestra para o Céu, para ir com alegria à casa do Senhor e viver para sempre com os nossos filhos que nos precederam.

Quem sabe quantas vezes, nos momentos difíceis da provação, de frente ao mal, ao sofrimento, à morte, imploramos a onipotência de Deus para que interviesse, para que deixasse nosso filho, e se manifestasse assim com os sinais prodigiosos a sua realeza.

Jesus, pelo contrário, nos explica que a verdadeira realeza passa pela via da Cruz, a via do amor, do dom total de si, exatamente como fez Ele que amou os seus até o fim, até o cumprimento do amor, doando totalmente a si mesmo, até à morte de Cruz.

É esta a realeza divina que ainda hoje nos vem do Crucifixo, um dom imenso, preciosíssimo que nos permite caminhar com alegria e segura esperança para a casa do Senhor onde poderemos novamente abraçar os nossos filhos, percorrendo novamente a mesma via do amor incondicional, no qual a coroa real equivale à coroa de espinhos e o poder é somente o poder do nosso amor que se faz serviço ao irmão, até ao dom total da nossa vida.

Mesmo nos momentos mais dolorosos e angustiantes, sobretudo no escuro gélido da morte, Jesus nos aquece com o sopro do seu santo Espírito e nos escancara a porta da eternidade. Do alto da Cruz nos revela o esplendor da sua realeza.

Ele venceu a morte com o poder do seu amor, se o seguimos, se também nós amamos como Ele nos amou, já aqui e agora teremos a alegria de escutar as suas palavras de consolação: “Hoje mesmo estarás comigo e com o teu filho no Paraíso”.

 Rezemos:

Jesus é verdadeiramente o Senhor da minha vida? Para mim o viver é Cristo ou vivo para mim mesmo? Estou convencido de que o verdadeiro poder não está na força, na prepotência e na prevaricação, mas no amor incondicional, no dom de si e no serviço ao irmão? Peçamos a Maria, nossa Mãe Consoladora, para ajudar-nos a crescer no seu amor, para reinar com Ele e para Ele, junto aos nossos filhos que estão n’Ele.

Andreana Bassanetti

(site figli in cielo)

DEVEMOS CONTINUAR

Dedicado a todas mães e pais órfãos que como eu iluminam o céu a cada Dia de Finados enviando a luz de velas uma saudade sem fim

À noite em meu quarto olho as estrelas e não encontro o brilho de outrora. Tento dormir e não consigo.
Meus pensamentos voam tentando achar uma explicação e não consigo encontrar.
A angústia sufoca o meu coração.
Lágrimas rolam e não conseguem aliviar o peso da minha alma.
E eu continuo a te procurar em cada esquina da vida, mas em nenhuma delas você está…
Sim, em muitos momentos da vida, alguém especial tem que partir antes de nós.
E fica a pergunta: “Como continuar?
” A dor é forte demais e a vontade de desistir persiste.
Porém, podemos e devemos continuar.
Se o sorriso de outrora não pode mais ser visto, procuremos encontrá-lo na alegria expressada no rosto de uma criança carente que acabamos de auxiliar.
Se as mãos não podem mais ser tocadas, levemos o calor de um abraço sincero a quem passa por grandes sofrimentos.
Se a música não pode mais ser dançada, espalhemos a melodia entre os enfermos de um hospital.
Se a voz não pode mais ser ouvida, procuremos semear palavras de esperança por onde andarmos.
Se as estrelas não têm o mesmo brilho de outrora, nos esforcemos em iluminar o caminho daqueles que se encontram entre as trevas.
Se não podemos mais oferecer flores, trabalhemos para florir todos os jardins do mundo.
Se a luz parece ter ido embora, procuremos suavizar a escuridão que reina em tantos lares necessitados.
Se o riso se foi, procuremos trazer alegria para quem está desanimado diante de tantos obstáculos.
Se o sol deixou de brilhar, transformemo-nos em um farol para iluminar o caminho de quem se encontra perdido.
Se a ausência parece machucar o nosso coração, procuremos levar esperança a quem deixou de acreditar.
Se os encontros perderam a sua graça, procuremos entender o milagre que podemos realizar quando estendemos a mão a quem está caído.
Se o físico se foi, o espírito ainda vive e sente.
Devemos acreditar que o reencontro está marcado.
Sim, devemos continuar.
Devemos sentir saudades sim, mas jamais tristeza.
Devemos preencher o vazio que sentimos com gestos de amor.
Porque só o amor é capaz de grandes transformações.
Só o amor rompe todas as barreiras.
Só o amor cala as nossas feridas.
E só o amor nos leva a crer que não importa as perdas que a vida nos impõe, devemos sempre continuar…. ……….
(SONIA CARVALHO)

Cristina mãe de Tales Filho no Céu