Bem-vindo(a)!

Guardamos nossas lágrimas para o momento oportuno. Quando o choro não é só meu. Quando desarmados e despretensiosos unimos as lágrimas e os corações. Não somos reféns nem salvadores, apenas sócios da mesma dor. Ela nos une como se fosse uma festa de contrário efeito. Que se celebra sem esquecer ninguém, como um evento que interessa a todos. Sem convite ou bilhete de ingresso. Nela todos já estão. Estão onde se encontram. E se encontram para dividir o que todos buscam: abraço, consolo, esperança… (Pe. Rogério das Neves)

Desejamos que todas as pessoas que sofrem a difícil experiência da perda de um filho tenham também a bela experiência de reencontrá-lo no Céu, isto é, no mistério de Deus.

Grupo de reflexão Filhos no Céu

Reflexão do mês de setembro de 2021

“Se alguém quiser ser o primeiro” (Mc 9,35)

Setembro é o mês do “Santo Serviço”. O tempo no qual Jesus nos chama confidencialmente a si, como fez com os discípulos, para instruir-nos com infinita doçura e paciência a pôr em ordem e a gerir com sabedoria as nossas relações pondo sempre no centro da nossa vida a nossa verdadeira missão: se alguém quiser ser o primeiro, seja o último, o servo de todos.  

Também a nós pode acontecer que, diante das realidades pascais anunciadas por Jesus, endurecidos na grande dor pela morte do nosso filho, não compreendemos. Removemos o anúncio. Antes, ostentamos créditos diante de Deus e, descuidando do que o Espírito nos está sugerindo para reconduzir-nos com nosso filho, pretendemos pôr o nosso “eu” em primeiro lugar e de substituir-nos a Deus.  

Jesus também hoje, com doçura e paciência infinita, nos convida ao Santo Serviço, a ser felizes em ser humildes e dóceis, os últimos de todos, para poder realizar a Sua vontade. Só assim poderemos entrar, já aqui e agora, no seu Reino de amor, onde agora vivem os nossos filhos. Onde dar é melhor do que receber, onde servir é melhor do que ser servido. E ser como o “Servo”.  

Rezemos  

Sou reconhecido a Jesus “Servo sofredor e obediente” pelo grande exemplo que nos deu? Diante de Deus ofereço a minha escuta e o meu serviço ou prefiro sugerir eu a minha vontade e fazer-me servir por Ele?

Desejo prestar o meu Santo Serviço aos irmãos que tiveram a mesma experiência dolorosa que eu ou me sirvo dela para as minhas necessidades pessoais?

Peçamos a Maria, nossa Mãe Consoladora para ajudar-nos a prestar o nosso Santo Serviço às famílias que nos pedem ajuda.  

Andreana Bassanetti  

Reflexão do mês de agosto de 2021

Bem-aventurada aquela que acreditou…” (Lc 1,45)

Agosto é o mês da “Glória de Deus”. O tempo no qual a Igreja nos convida a contemplar o mistério da Assunção de Maria Virgem e Mãe ao Céu, na glória de Deus.

Aquele Amor que a tornou fecunda de Cristo na carne e a encobriu até os pés da cruz, agora a atrai a Si, naquele abraço final que a faz resplandecer do seu esplendor eterno no coração mesmo de Deus.

A Mãe de Deus, nossa dulcíssima Mãe, nos precede e nos escancara a estrada que conduz para o Céu, em alma e corpo. Agora nos convida a viver com ela, através dela, já aqui e agora, em comunhão de amor com os nossos amados filhos, essa bem-aventurança eterna, total, seja na alma como no corpo, capaz de superar toda barreira, mesmo a separação mais atroz da morte.

É ela o nosso “sinal de segura esperança e de consolação”(LG 64), a nossa dulcíssima Mãe Consoladora, Porta do Céu, Passagem escancarada a uma comunhão de amor em alma e corpo, com os nossos entes queridos. Em vez de nos determos nos caminhos obscuros da dor, nos deixamos, pois, elevar por ela e subimos apressadamente sobre a montanha, o lugar privilegiado do encontro com Deus e com todos os nossos filhos que estão n’Ele serão bem-aventurados aqueles que acreditaram.

Refletindo e rezando:

Nesse tempo iluminado pela presença confortadora de Maria os meus olhos estão voltados para as coisas do Céu ou para as coisas da terra?

Participo da Festa de Maria Assunta com todos os filhos, os anjos e santos no Céu?

Ó Maria, Virgem e Mãe, Assunta ao Céu em alma e corpo, nossa Mãe Consoladora, faz que também nós possamos percorrer a tua mesma estrada, em comunhão de amor com Deus e os nossos amados filhos e ser já aqui e agora reflexo fiel da tua mesma bem-aventurança.

Andreana Bassanetti  

APRENDENDO A VIVER A PARTIR DO LUTO

 A morte, por si só, é um mistério, é incompreensível, e é um assunto que ninguém gosta de falar.  Aos olhos da fé a morte não é o fim. Cremos que a partir dela se inicia uma nova vida, plena  e eterna. Isso não quer dizer que somos indiferentes e não sofremos por causa dela, mas, amparados pela fé, cremos que nossos filhos estão vivos na presença de Deus, e temos esperança de um dia reencontra-los no céu.  Sem a fé a morte é o fim. O desespero chega, a dor nos vence. Mas não é nada fácil essa compreensão. Por isso precisamos de tempo, de um avanço na fé, precisamos da graça de Deus nessa hora tão difícil e cruel.

O luto é um processo, um tempo necessário que precisamos para aprender a viver com a dor causada pela morte de um ente querido, no nosso caso um filho ou uma filha. Não tem como não viver esse processo. É nesse tempo que vamos reaprendendo a viver, a refazer nossa vida e nossa rotina de outra forma.

São vários os estágios do luto, e nem sempre vivemos todos. Existem momentos de tristeza profunda, de silêncio interminável, de questionamentos desesperadores. Experimentamos sentimentos contraditórios, emoções nunca vividas, nem conhecidas. Mas aos poucos a dor se acalma e vamos colocando as emoções nos lugares. Aos poucos vamos percebendo que é preciso retomar a vida, seguir em frente, amar e cuidar daqueles que ficaram ao nosso lado, que também precisam e contam conosco para seguir suas vidas.

Sabemos que nunca mais seremos os mesmos, mas podemos e devemos lutar para que esse sofrimento nos faça pessoas melhores, que valorizam cada minuto como se fosse o último, que aprendem a olhar a vida com os olhos da fé, valorizam o que realmente precisa ser valorizado, e conseguem perceber em cada gesto o amor de Deus sendo derramado sobre nós. São atitudes sábias que transformam a dor em aprendizado, em passos largos rumo ao encontro dos nossos filhos no céu. Do contrário ficaremos parados, imobilizados, indiferentes ao amor de Deus, dos nossos filhos, familiares e amigos que estão conosco. 

O sofrimento pode nos paralisar ou nos ensinar, depende exclusivamente de nós. É claro que num primeiro momento a dor nos tira o chão, mas aos poucos precisamos confiar mais em Deus e seguir em frente. Não dá para simplesmente “virar a página” e esquecer. Não é possível arrancar a saudade do coração, porque ela é a presença dos nossos filhos no coração. Ela só não vai doer se esquecermos, e quem deseja esquecer?  As lágrimas nunca secarão, mas qual o problema? Elas não significam fraqueza nem falta de fé.   A superação dessa dor, se assim podemos dizer, só se dá a partir de um processo, e cada um tem seu tempo, e não significa esquecimento, ou que não sentiremos dor com as lembranças.

Superar, no nosso caso, também significa continuar, reaprender a viver, refazer a vida a partir dessa dor. É seguir em frente mesmo sem as respostas para os questionamentos. É buscar em Deus forças para enfrentar a vida com suas alegrias e tristezas.  É olhar bem além dessa dor e crer que nossos filhos vivem em Deus e com Deus. Já que não podemos mudar a situação, podemos ao menos mudar a maneira de como enfrenta-la. 

Superar é aprender a olhar além da dor, além do quarto vazio, das gavetas intocáveis, do violão que há muito está silencioso… É aprender a olhar além da dor pela falta daquela voz suave a nos chamar de “mamãe”, “papai”, daquele abraço que não nos envolve mais, daquele sorriso que preenchia nosso coração.

É compreender que embora a casa tenha ficado mais vazia, mais triste, nela moram pessoas escolhidas por Deus para fazer parte da nossa vida.  

Cada filho é único e seu lugar jamais será preenchido, sabemos disso, e justamente por isso não podemos nos fechar na dor e deixar de amar com toda intensidade aqueles que ficaram e, e em alguns casos, aqueles filhos que ainda virão, pela graça e misericórdia de Deus. 

Que o amor gravado por Deus em nosso coração nos dê sempre, e cada vez mais, força, coragem, fé e a esperança de um dia reencontrar com os nossos filhos no céu.

“A vida do exílio é brevíssima. Assemelha-se a uma noite passada em má hospedaria. O pensamento de que tudo passa projeta sobre o sofrimento de hoje um raio abençoado de eternidade. O tempo é uma miragem. Deus já nos vê em sua glória”  (Santa Teresinha).

Reflexão do mês de julho 2021

“Vinde sozinhos para um lugar deserto…” (Mc 6,31)

Julho é o mês do “Repouso Interior”. O tempo no qual Jesus convida os seus apóstolos, e todos nós que o amamos, a descansar n’Ele.

Deseja retirar-nos de todos os compromissos, preocupações, dores para descansar na intimidade com Ele. Quer preparar o nosso pequeno coração para a grande missão que planejou para nós para aprender a ver com os seus olhos e ter os seus mesmos sentimentos.

“Vinde sozinhos para um lugar deserto…” é o mesmo convite que dirigiu a mim há trinta anos atrás, no momento mais sombrio e desesperado da minha vida, e que assinalou o início de uma nova vida n’Ele. O início de um novo relacionamento com a minha amada Camilla. O início do nosso caminho comunitário e o início da missão que nos indicou: realizar o ministério de consolação na sua Igreja.

Ainda hoje Jesus renova o seu convite para repousar n’Ele, para renovar as forças físicas, mas sobretudo, para reencontrar aquele silêncio e aquela paz interior que permitem entrar em sintonia com Ele e com os nossos entes queridos, de experimentar a sua mesma compaixão para quem está ainda envolvido pela escuridão da morte e oferecer-lhe a mesma consolação que Ele deu a nós.

Refletindo e rezando

Neste tempo atual penso somente no meu bem-estar ou procuro um lugar separado, deserto, para ter um encontro mais íntimo e exclusivo com Jesus, para aprender a ter o seu mesmo olhar, os seus mesmos sentimentos de compaixão?

Estou consciente que é este o tempo oportuno para escutar o clamor de tantas irmãs e irmãos que estão ainda sem pastor?

Peçamos a nossa Mãe Consoladora para acompanhar-nos nesse tempo de descanso interior.

Andreana Bassanetti  

Acalme meus passos, Senhor

Acalme meus passos Senhor
Acalme minha mente
Desacelere as batidas do meu coração;
Diminua o meu ritmo forte
com sua visão que vai além
da eternidade do tempo;
Em meio as confusões e tormentos do dia a dia
dá-me tua paz e a tranquilidade das montanhas;
Ensina-me a arte de te amar, e amar sem medidas;
Me ajuda a compreender o teu poder e o teu querer;
Pra que eu possa perceber
Tua grandeza em meu viver.
Eu quero me calar pra escutar
a tua doce voz a me inspirar
Pra que eu possa ser instrumento em tuas mãos.
Acalme meus passos Senhor, acalme meus passos

“Tenha paciência com todas as coisas, mas, principalmente, tenha paciência consigo mesmo…” (São Francisco de Sales)

A morte dá uma rasteira na vida da gente, cancela planos, modifica rumos, separa, junta, traz transformações, e sem um preparo ou uma elaboração prévia.

Não se pode discutir que o luto dói.  Dói e muito!  É um período bastante delicado, com cargas emocionais extremamente intensas e que requerem cuidados para que não se desencadeie um processo destrutivo nas pessoas envolvidas.

O luto apresenta um estado de profundo esvaziamento de sentido. Diante de tamanha angústia e tristeza, é preciso se dar o direito de vivenciá-lo da forma que se der conta, e pedir ajuda se julgar necessário.  É preciso se permitir lidar com a dor no seu ritmo, no seu tempo, pois assim como é sabido que dói, compreende-se também que acalma, porém cada um no seu tempo.

Só Deus conhece a intensidade da nossa dor.  “Tenha paciência com todas as coisas, mas, principalmente, tenha paciência consigo mesmo… A cada dia que se inicia, comece a tarefa de novo”. (São Francisco de Sales). Portanto, tenhamos paciência conosco mesmo e tentemos respeitar o tempo necessário para que a dor se acalme.  

E esta dor é para sempre? De certa forma sim, porque o amor e o vínculo com um filho ou filha são únicos, e para sempre. O que acontece é que aos poucos a dor se acalma e vamos reaprendendo a retomar a vida, a família, enfim, dar continuidade aos compromissos, ao trabalho e demais responsabilidades que até então pensávamos não conseguir mais realiza-las.  Claro que isso leva um tempo, e cada um de nós tem o seu.  Certo é que nunca mais seremos os mesmos.  Nesse processo doloroso, o importante é não desistirmos e não permitirmos que o desânimo nos derrote.

Não é possível sentir saudade e não sofrer. Não é possível retomar as coisas do dia a dia e não chorar.  Recomeçar não é nada fácil, mas em Deus, com Deus e para Deus se torna possível. “A nossa dor dói em Deus”, afirmou o profeta Isaías. Deus sofre junto. Deus vem ao nosso encontro e Sua Graça nos envolve. Somente pela fé se percorre esse doloroso caminho.

Da fé nasce a esperança e a esperança se purifica através das lutas diárias. “A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto basta para o caminho.” (Lumem Fidei).

Que cada dia tenhamos realmente uma oportunidade de aproximarmos ainda mais de Deus, e consequentemente de nossos filhos.  

Que a dor não seja maior que o amor. Que o amor sobressaia e nos faça crer que ao final da missão nossos filhos nos esperam para o grande encontro no céu.

Grupo de Reflexão “Filhos no Céu”.

Reflexão do mês de Abril de 2021

“Vocês são testemunhas destas coisas.” (Lc 24:48)

Abril é o mês das “Testemunhas dos Ressuscitados”. O tempo em que o céu se rasga por nós e nos permite reconhecer, ver e tocar Jesus ressuscitado. Maravilha inimaginável que aconteceu aos discípulos há dois mil anos e que ainda hoje pode nos acontecer de novo, se não colocarmos obstáculos ou reservas egoístas, mas nos deixarmos ser moldados pelo Espírito para abrir o nosso olhar, mente e coração às verdades reveladas.

Muitas vezes, porém, após o trágico acontecimento vivido, cansados ​​e decepcionados, incrédulos e resignados, tendemos a voltar ao que éramos e a desperdiçar as milhares de oportunidades de encontro que Jesus nos oferece. Até os discípulos depois de viverem lado a lado Ele, olho no olho, coração no coração, eles lutam para reconhecê-lo. Mas Jesus também nos convida hoje: olhe, toque … até mesmo do mais humilde dos sinais, um peixe assado, você poderá descobrir a minha presença viva entre vocês e ser minhas testemunhas.

Com a simplicidade de crianças que têm uma boa notícia para dar e não a calam, seremos testemunhas credíveis dela. Jesus não é um fantasma, algo abstrato e distante, Ele é a força de uma vida nova e real que supera a morte. Ele vive em mim, Ele chora e sorri comigo, Ele me envolve em paz e perdão. Faz-me saborear aqui e agora a beleza da ressurreição que um dia viverei, em plenitude com o meu filho amado, com todos os meus entes queridos.

REFLETINDO E REZANDO:

Estou fechado em meu mundo, no que o mundo me diz ou permito que o Espírito abra minha mente e coração para as verdades da fé?

Meu relacionamento com Jesus transformou minha vida ou estou ancorado na vida que era antes? O meu “ver” Jesus e meu filho estão ligados à visão externa anterior ou é uma “visão-compreensão-crença” baseada na aceitação interior da chocante novidade da ressurreição?

Peçamos à nossa Mãe Consoladora que nos ajude a ser testemunhas credíveis e eficazes de Jesus ressuscitado.

Andreana Bassanetti  

“Tenha paciência com todas as coisas, mas, principalmente, tenha paciência consigo mesmo…” (São Francisco de Sales)

A morte dá uma rasteira na vida da gente, cancela planos, modifica rumos, separa, junta, traz transformações, e sem um preparo ou uma elaboração prévia.

Não se pode discutir que o luto dói.  Dói e muito!  É um período bastante delicado, com cargas emocionais extremamente intensas e que requerem cuidados para que não se desencadeie um processo destrutivo nas pessoas envolvidas.

O luto apresenta um estado de profundo esvaziamento de sentido. Diante de tamanha angústia e tristeza, é preciso se dar o direito de vivenciá-lo da forma que se der conta, e pedir ajuda se julgar necessário.  É preciso se permitir lidar com a dor no seu ritmo, no seu tempo, pois assim como é sabido que dói, compreende-se também que acalma, porém cada um no seu tempo.

Só Deus conhece a intensidade da nossa dor.  “Tenha paciência com todas as coisas, mas, principalmente, tenha paciência consigo mesmo… A cada dia que se inicia, comece a tarefa de novo”. (São Francisco de Sales). Portanto, tenhamos paciência conosco mesmo e tentemos respeitar o tempo necessário para que a dor se acalme.  

E esta dor é para sempre? De certa forma sim, porque o amor e o vínculo com um filho ou filha são únicos, e para sempre. O que acontece é que aos poucos a dor se acalma e vamos reaprendendo a retomar a vida, a família, enfim, dar continuidade aos compromissos, ao trabalho e demais responsabilidades que até então pensávamos não conseguir mais realiza-las.  Claro que isso leva um tempo, e cada um de nós tem o seu.  Certo é que nunca mais seremos os mesmos.  Nesse processo doloroso, o importante é não desistirmos e não permitirmos que o desânimo nos derrote.

Não é possível sentir saudade e não sofrer. Não é possível retomar as coisas do dia a dia e não chorar.  Recomeçar não é nada fácil, mas em Deus, com Deus e para Deus se torna possível. “A nossa dor dói em Deus”, afirmou o profeta Isaías. Deus sofre junto. Deus vem ao nosso encontro e Sua Graça nos envolve. Somente pela fé se percorre esse doloroso caminho.

Da fé nasce a esperança e a esperança se purifica através das lutas diárias. “A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto basta para o caminho.” (Lumem Fidei).

Que cada dia tenhamos realmente uma oportunidade de aproximarmos ainda mais de Deus, e consequentemente de nossos filhos.  

Que a dor não seja maior que o amor. Que o amor sobressaia e nos faça crer que ao final da missão nossos filhos nos esperam para o grande encontro no céu.

Grupo de Reflexão “Filhos no Céu”.

Reflexão do mês de fevereiro de 2021

“.. o Espírito o conduziu ao deserto…” (Mc 1,12)

Fevereiro é o tempo de “Deserto”. O tempo em que o Espírito nos empurra para o nosso deserto interior junto com Jesus para nos fazer crescer e nos preparar para a Santa Páscoa. Ele quer que aprendamos a viver mesmo em lugares-tempos hostis e inóspitos e a lutar com firmeza e determinação contra as mentiras e seduções que nos desviariam, contra os vários males que nos atacam todos os dias. Bem cientes de serem filhos amados e amados.

Todos nós sabemos bem que a morte de um filho ou filha mergulha você em um deserto escuro, árido, sem água e sem vida. Onde as feras ferozes, aproveitando nossa solidão e fragilidade, tentam nos separar. Se, por outro lado, deixarmos a presença de Jesus habitar nosso deserto, ninguém mais pode nos atacar e nos fazer mal. Os anjos também vêm em nosso resgate e amorosamente suprem nossas necessidades.

Só podemos atravessar o deserto da dor que temos por dentro se for visitado por Jesus, iluminado com o arco-íris de sua existência, e ressuscitar como novas criaturas, renascer Nele. Mesmo um luto tão terrível, um tempo-lugar tão deserto e árido então, ele floresce, torna-se habitável, hospitaleiro. Torna-se um encontro divino, um lugar de sua passagem, uma terra santa e abençoada, um anúncio de uma nova vida: “O Reino dos céus está próximo: converta-se e creia no Evangelho”.

REFLETINDO E REZANDO:

O meu deserto de dor e angústia é visitado pelo Espírito de Jesus ou pretendo atravessá-lo sozinho? Tenho consciência de que os tempos-lugares das provações são oportunidades de crescimento interior, de proximidade com Deus e com meu filho? Eles fazem parte do plano do Pai e nos permitem alcançar o Reino dos Céus?

Peçamos a Maria, nossa Consoladora Mãe, que tenha sempre, nos lugares-tempos de prova, a consciência de sermos filhos amados por um Pai que nos quer levar ao céu.

Andreana Bassanetti